A deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT) realizou audiência pública para discutir a Reforma da Previdência (PEC-287) e as perdas dos direitos para trabalhadoras e trabalhadores. A audiência aconteceu na manhã desta segunda-feira (13), no auditório Solon Amaral da Assembleia legislativa de Goiás.
Participaram do evento a deputada estadual Isaura Lemos (PCdoB); o deputado federal Rubens Otoni (PT); a deputada federal Flávia Morais (PDT); presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Ailma Maria; Iêda Leal, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT); representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de Goiás (Fetaeg), Divino José dos Santos; além de lideranças, sindicalistas e representantes da sociedade civil organizada.
A PEC 287 prevê a Reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer, com medidas que podem acabar com aposentadorias especiais de trabalhadores rurais, professores e policiais e extinguir o direito das mulheres, que exercem triplas jornadas de trabalho. As medidas contidas na reforma obrigarão os trabalhadores a contribuir pelo menos 49 anos e/ou terem 65 anos de idade para se aposentar.
A deputada Adriana Accorsi, considera que a Reforma da Previdência é uma verdadeira proposta de maldade para com os trabalhadores e trabalhadoras, pois retira direitos conquistados com muita luta. “Todo mundo terá que trabalhar pelo menos 49 anos ininterruptos. Isso é praticamente impossível, principalmente para mulheres que, muitas vezes, tem jornada dupla e até mesmo tripla de trabalho”, afirmou Adriana.
“A Presidenta Dilma não foi eleita com esse programa de Reforma, só poderia ter vindo a partir de um governo golpista. É uma situação onde nossos direitos estão sendo agredidos, principalmente dos trabalhadores do campo. Penso que temos que encarar essa luta como uma das várias que o país precisa enfrentar”, declarou Isaura Lemos.
Segundo a vice-presidente da CUT, Iêda Leal, é preciso disseminar os detalhes dessa reforma e fazer debates como esse que está ocorrendo hoje. “Precisamos e devemos ouvir todo mundo para lutar contra um governo que quer tirar todos os nossos direitos”, afirmou.
Para Ailma da CTB, é preciso botar o ‘dedo na ferida’ pois a Previdência tem jeito. “Não é prejudicando o trabalhador que isso vai se resolver. Conclamamos todos em defesa de um Brasil melhor”, contou.
O representante da FETAEG, Divino José dos Santos, citou exemplo da situação da mulher trabalhadora rural, afirmando que “pelas regras atuais, ela se aposenta com 55 anos de idade. Se aprovada a reforma, a situação da mulher que já trabalha em uma área muito sacrificada ficara terrível. Terá que chegar aos 75 anos de idade para a aposentadoria”.
Em sua fala, o deputado federal Rubens Otoni disse que a Reforma da Previdência não é só uma tentativa de retirar benefício do trabalhador. “Existe um interesse de negócio, desejo de abrir o campo para aposentadoria privada. Esse é o desejo da grande elite que comanda o país”, revelou.
Otoni disse ter sido o único deputado federal goiano que votou contra o impeachment, embora não queira ser o único a votar contra a Reforma na Previdência. Ele alertou ainda para parlamentares que dizem não votar na proposta original, no entanto se ela for modificada em pequenos pontos eles aprovariam. “Se apenas 80% da proposta for modificada, os 20% já fazem um estrago na vida do beneficiário e do trabalhador”, considerou.
A deputada federal Flávia Morais expessou sua preocupação com a PEC 287, “A intenção do Governo é votar rápido, sem discutir, infelizmente a mídia defende a necessidade dessa Reforma, estão vendendo a ideia que a Previdência tem déficit, o que não acreditamos”, salientou.
Após as explanações dos componentes da mesa, foi aberto espaço para discussão entre os demais participantes do evento, lideranças, sindicalistas e representantes da sociedade civil organizada.
Em seguida as parlamentares estaduais, Isaura e Adriana fizeram suas considerações finais. Para Isaura Lemos a audiência cumpriu o objetivo e pediu para que os deputados firmem compromisso com as entidades classistas que contam com o apoio dos parlamentares.
A deputada Adriana Accorsi, citou os encaminhamentos que serão tomados a partir da audência, “Vamos trabalhar na unificação de divulgação dos direitos dos trabalhadores nas redes sociais, faremos moção de repúdio à Reforma da Previdência que prejudica todos os trabalhadores”, Adriana agradeceu a todos que participaram e reforçou seu compromisso em atuar sempre na defesa dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras de Goiás.